A história do Cláudio Brandão fotógrafo se mistura um pouco com a história do Estúdio Brandão Fotografias. Brandão é referência, junto com fotógrafos como Walmor de Oliveira e Philippe Arruda, na fotografia publicitária em Santa Catarina. Antes da década de 80, eram os fotojornalistas que faziam de tudo um pouco, inclusive publicidade. “A minha geração rompeu com isso, se especializando em fotografia exclusivamente para publicidade, que te exige um grande apuro técnico”, explica o fotógrafo.
Foi na metade dos anos 80, sempre dividindo a atividade de fotógrafo com a de professor (deu aulas no IFSC e depois na UDESC), que montou o primeiro estúdio, o Estúdio Aruera, que é a razão social do Brandão Fotografias até hoje. O estúdio ficava no Edifício Joana de Gusmão, na João Pinto. O estúdio era uma parceria com o amigo de longa data e também fotógrafo Sérgio Vignes.
Agências como a Propague, Quadra, SC, Gran Meta e MPM movimentavam o mercado publicitário, com contas grandes como Sadi e Souza Cruz. O trabalho com estas agências, que tinham um padrão de qualidade que não podia perder em nada para o praticado nos grandes centros, foi uma grande escola. “Aprendi a trabalhar direito mesmo, a cumprir uma série de exigências que eles tinham. Aprendi também a cobrar direito, até porque eles tinham a conta da Souza Cruz, na parte de plantação de fumo. Era um outro tipo de trabalho. Essa minha geração, o Zé Paiva, Marcus Quint, Sérgio Vignes e eu é que fomos os pioneiros da fotografia publicitária profissional em Florianópolis. Logo depois veio o Philipe Arruda”, conta.
Na época Walmor foi para o Rio, onde desenvolveu um trabalho incrível, e aqui eu, Zé Paiva, Marcus Qüint e o Phillipe Arruda pegamos a fotografia publicitária. Não era fácil: “ Vignes, meu sócio, que era um mago no manuseio de ferramentas. Me lembro de uma fotografia que a gente fez, de um telefone. Tinha que ser como se o fone estivesse voando, saindo do nada. O Vignes pegou um tubinho preto, enfiou um arame e fez um fio de telefone que se sustentava sozinho e aguentava o peso do fone. Outra foto era uma taça com vinho fotografada no momento em que estava quebrando. O Vignes quebrou a taça e depois colou os caquinhos com super bonder, como se estivessem se estilhaçando naquele momento. Tudo fotografado com uma Graflex 4×5”.
O estúdio então mudou para a parte de baixo de uma casa que era da sogra do Sérgio, ali na rua Irmã Benwarda, perto do Hospital Celso Ramos e da Maternidade Carmela Dutra. A demanda era enorme, porque os médicos precisavam de fotos técnicas para publicação de artigos científicos.
A atual estrutura do estúdio, no Cacupé, foi um projeto audacioso. Na época muita gente achava que não tinha demanda, mas Brandão teve o apoio de gente como Maria Amália, consultora de marketing portuguesa, que trabalhava com a Portobello. Ela viu a possibilidade de fazer os trabalhos aqui mesmo em Santa Catarina, tanto da Portobello como da Cecrisa e da Eliane, que até hoje são três gigantes do ramo de cerâmica. “A indústria cerâmica, de azulejos e porcelanato, para quem eu fiz os maiores trabalhos da minha carreira”.
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